Falta de bom senso.

Pior do que uma mulher que corre atrás é um homem que não sabe a hora de parar de encher o saco. Sim. ENCHER O SACO.
Uma coisa é ser simpático, atencioso, tentar conquistar, estar presente... outra coisa BEM diferente é ser insistente, chato, não ter o bom senso de que está atrapalhando.
Poxa, quer ligar, falar no msn, mandar mensagens no celular, ver a pessoa... OK... afinal, estar presente é fundamental (amor virtual não é amor por inteiro, o contato, o olhar, a comunicação, entre muitas outras coisas são essenciais, F-A-T-O... mas não é esse o assunto aqui), mas tudo dentro do seu limite. Não direi que existe um limite determinado, com cada pessoa é diferente... e isso você sente, não é algo imposto. Acredito eu, que se a pessoa responde a mensagem, que também está disposta a puxar assunto no msn, que goste dos telefonemas e sente falta quando você não liga, e tudo mais... ela está gostando, Parabéns, você está dentro do limite que o deixa entre um cara legal e não um cara inconveniente.
Se você quer ligar. Ligue. Uma vez, no máximo duas. Se a garota não atender por algum motivo alguma hora ela irá ver e se você ainda não se tornou um cara chato com certeza ela irá retornar, nem que seja a cobrar. Se vocês combinaram no começo da semana de se verem no fim de semana, ligue no dia, no meio da tarde (pelamordedeus, não a acorde dez horas da manhã em pleno sábado... ainda mais se for o único dia que ela possa se dar ao luxo de dormir um pouquinho mais), me diz uma coisa criatura, se vocês combinaram de se verem no final da semana pra que raio você irá ligar todos os dias para ela? Para que? Para estragar o possível encontro? É, só pode ser isso... porque você ligando todos os dias, incansavelmente, você pode correr o risco de ficar sem aquela companhia... sim, isso mesmo... porque ela poderá se encontrar em uma clínica psiquiátrica, porque você a conseguiu deixar surtada. Coitada! Aposto que ela nunca mais irá conseguir ouvir seu celular tocar sem sair correndo para se esconder. A coitada da moça ficou louca, também né depois das 20 ligações diárias durante uma semana todinha, queria mais o que?! (e não, isso não é exagero... 20 ligações num período de menos de 24 horas).

Outra coisa que me faz olhar pra um cara e pensar “B-a-b-a-c-a”, são aqueles caras infantis, que não se garante e preferem utilizar de pressão psicológica baixa para tentar deixar uma mulher pra baixo. Vamos lá dar um exemplo: Você está lá feliz e contente num barzinho, numa balada, curtindo o som, o ambiente, e do nada chega algum cara para conversar com você. Lógico, se ele foi até você é porque algum interesse tem, então pularei essa parte. Daí você diz que não está afim de ficar com ele, porque está namorando, ou de rolo com alguém, e o cara solta a pérola da noite “o que seu namorado está fazendo para te deixar aqui sozinha, pelo jeito ele não deve ligar muito para você”... e continua, com a pressãozinha psicológica barata... P$#$# VELHO, que criatura é essa pra achar que as pessoas nascem grudadas, a palavra “confiança”, ou “vida própria” não devem existir no vocabulário né?! Pra que ficar tentando colocar a garota contra o namorado/ficante/ouseiláoqueseexistemesmo huahuaa... porque ao invés de tentar jogar baixo e se passar por um babaca, não tenta conversar algo útil, um assunto saudável, só pessoas com caráter duvidoso faz um tipo de coisa assim. Ainda mais que a maioria das vezes a menina só inventou a desculpa de que o namorado/ficante não estava lá com ela porque ela não quer ficar com o tal do babaca... mas acho que se ela soubesse que ele seria tão babaca para jogar tão baixo assim, ela não ligaria de ter falado a verdade “olha, não estou afim de ficar com você ok? Sai andando” auhhuahua =P cruel né.
Ou ainda aqueles caras que te vêm sentada sozinha uma vez na vida e te liga para perguntar como está com o namorado, porque a sentiu sozinha ¬¬ SEM COMENTÁRIOS NÉ? Pelo amor de Deus, com certeza essa pessoa não consegue ficar sozinha com ela mesmo por um segundo (deve ser porque não suporta ficar na sua própria companhia). As pessoas possuem a mania de achar que sabem tudo da vida e dos relacionamentos da outra pessoa, que só porque a viu andando sozinha um único dia tem algo de errado... eu tenho pena de pessoas pequenas assim, porque elas não entende que ficar sozinho às vezes é uma dádiva, é um auto-conhecimento e não necessariamente porque as coisas não estão indo bem. Poxa, você estava lá quando o suposto namorado ausente mandou mensagem só para falar que estava com saudade? Que deu uma passadinha na casa da namorada só para dar um beijinho antes de ir trabalhar? Não, o principal o mundo não precisa ficar sabendo... e acho que, mesmo se soubesse arrumaria uma maneira de julgar. Inveja é foda.

Então aqui fica a dica: Não seja um cara inconveniente, não ligue 20 vezes só porque ela não está atendendo, não tente puxar assunto no msn se você está percebendo que ela não está afim de manter a conversa, não mande trilhões de mensagens exageradas no celular dela, não seja um babaca. Se quer conquistar jogue limpo, seja você mesmo, não tente destruir algo utilizando os outros, aprenda a ter limite, bom senso.

E vou ter que colocar um texto perfeito da Tati Bernadi, que eu particularmente adoro.

VIVO(a) OU MORTO(a) - Meu reino por uma pessoa interessante

Não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana. Em relação aos finais de semana já desisti faz tempo: noites povoadas por pessoas com metade da minha idade e do meu bom senso. Nada contra adolescentes, muitos deles até são mais interessantes e vividos do que eu, mas tô falando dos de "fabricação em série". Tô fora de dançar os hits das rádios e ter meu braço ou cabelo puxado por um garoto que fala tipo assim, gata, iradíssimo, tia. Tinha me decidido a banir a palavra "balada" da minha vida e só sair de casa para jantar, ir ao cinema ou talvez um ou outro barzinho cult, desses que tem aberto aos montes em bequinhos charmosos. Mas a verdade é que por mais que eu ame minhas amigas, a boa música e um bom filme, sinto falta de um amor. Já tentei paquerar em cafés e livrarias, não deu muito certo, as pessoas olham sempre pra mim com aquela cara de "tô no meu mundo, fique no seu".
Tentei aquelas festinhas que amigos fazem e que sempre te animam a pensar "se são meus amigos, logo devem ter amigos interessantes". Infelizmente, essas festinhas são cheias de casais e um ou outro esquisito desesperado pra achar alguém só porque os amigos estão todos acompanhados. Tô fora de gente desesperada, ainda que eu seja quase uma.
Baladas playbas com garotas prontas para um casamento e rapazes que exibem a chave do Audi, tô mais do que fora. Baladas playbas com garotas praianas hippie-chique que falam com voz entre o fresco e o nasalado (elas misturam o desejo de ser meigas com o desejo de ser manos com o desejo de ser patos) e rapazes garotos-propaganda Adidas com cabelinho playmobil, também tô fora. MUNDO IDIOTA. O que sobra então? Barzinhos de MPB? Nem pensar. Até gosto da música, mas rapazes que fogem do trânsito para bares abarrotados, bebem discutindo a melhor bunda da firma e depois choram "tristeza não tem fim, felicidade sim" no ombro do amigo têm grandes chances de ser aquele tipo que se acha superdescolado só porque tirou a gravata e porque fala tudo metade em inglês, ao estilo "quero te levar pra casa, how does it sound?" Para dançar, os muquifos eletrônicos alternativos são uma maravilha, mas ainda que eu não seja preconceituosa com esse tipo, não estou a fim de beijar bissexuais sebosos, drogados e com brinco pelo corpo todo.
Tô procurando o pai dos meus filhos, não uma transa bizarra. Minha mais recente descoberta são as baladinhas também alternativas de rock. Gente mais velha, mais bacana, roupas bacanas, jeito de falar bacana, estilo bacana, papo bacana. Gente tão bacana que se basta e não acha ninguém bacana. Na praia, quem é interessante além de se isolar acorda cedo, aí fica aquela sensação (verdadeira) de que só os idiotas vão à praia e às baladinhas praianas.
Orkut, MSN, chats. me pergunto onde foi parar a única coisa que realmenteimporta e é de verdade nesta vida: a tal da química. Mas então onde, meu Deus? Onde vou encontrar gente interessante? O tempo está passando, meus ex já estão quase todos casados, minhas amigas já estão quase todas pensando no nome do bebê. E eu? Até quando vou continuar achando todo mundo idiota demais pra mim e me sentindoo mais idiota de todos? Foi então que eu descobri.
Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredom lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito.
A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?